Skip to main content Skip to main navigation menu Skip to site footer
Articles
Published: 02-07-2022

Hábito alimentar nos lanches intermediários de crianças escolares brasileiras de 7 a 11 anos: estudo em amostra nacional representativa

UNIFESP and Feeding Difficulties Center, Instituto Pensi, Fundação Jose Luiz Setúbal, Hospital Infantil Sabará
Program of Sciences of Aging, São Judas Tadeu University
Pediatrics Department, Federal University of São Paulo
Feeding Difficulties Center, Instituto Pensi, Fundação Jose Luiz Setúbal, Hospital Infantil Sabará
University of Ribeirão Preto and Brazilian Association of Nutrology
lanches intermediários crianças escolares hábitos alimentares

Abstract

Objetivo: Avaliar a composição e o valor nutricional dos lanches intermediários das crianças escolares brasileiras. Metodologia: Análise secundária de questionário estruturado, sobre o tipo e quantidade dos alimentos consumidos nos lanches por um período de 3 dias, respondido pelas mães de 2.365 crianças de 7 a 11 anos de todas as regiões do Brasil. Resultados: 97,46% das crianças realizaram os lanches intermediários que, em média, foram compostos por 2,9 grupos de alimentos. Os lanches da manhã (LM) foram caracterizados por biscoitos, frutas e iogurtes. Nos lanches da tarde (LT), que geralmente se mostraram mais calóricos, o grupo dos iogurtes foi substituído pelos pães em geral. Em relação aos nutrientes, observou-se um consumo expressivo de açúcar de adição, com destaque para as regiões Centro-Oeste e Norte + Nordeste, cujo consumo total (LM + LT) de 28,3 gramas ultrapassou o limite diário preconizado pela OMS. Outro importante achado foi o consumo sódio, cujo consumo nas crianças da amostra Brasil, nos dois lanches, atingiu 65% do valor de AI em todos os lanches, sendo maior no LT. Conclusão: As crianças escolares brasileiras têm o hábito de realizar os lanches intermediários, o que favorece o preenchimento dos requerimentos nutricionais, principalmente de vitaminas e fibras. Porém, a composição dos lanches revelou um consumo expressivo de açúcar de adição e sódio, o que pode impactar negativamente na saúde das crianças. Isso reforça a necessidade de campanhas educativas tanto às crianças quanto aos responsáveis por sua alimentação.

Metrics

Metrics Loading ...

References

  1. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Manual de Orientação do Departamento de Nutrologia. São Paulo: SBP; 2012. Disponível em: <http://www.sbp.com.br/pdfs/14617a-PDManualNutrologia-Alimentacao.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2015.
  2. Kelder SH, Perry CL, Klepp KI. and Lytle, L.L. Longitudinal tracking of adolescent smoking, physical activity and food choice behaviours. Am J Public Health. 1994; 84(7):1121-6.
  3. Nicklas TA. Dietary studies of children and young adults (1973±1988): the Bogalusa heart study. Am J Med Sci. 1995; (Suppl.1):S101±S108.
  4. Steptoe A, Pollard TM, Wardle, J. Development of a measure of the motives underlying the selection of food: the food choice questionnaire. Appetite. 1995; 25(3):267-284.
  5. Bernardi JR, Cezaro C, Fisberg RM, Fisberg M, Vitolo MR. Estimation of energy and macronutrient intake at home and in the kindergarten programs in preschool children. J Pediatr (Rio J). 2010; 86(1):59-64.
  6. Bernardi JR, Cezaro C, Fisberg RM, Fisberg M, Rodrigues GP, Vitolo MR. Dietary micronutrient intake of preschool children at home and in kindergartens of the municipality of Caxias do Sul (RS), Brazil. Rev Nutr. 2011; 24(2): 253-261.
  7. Philippi ST, Ribeiro LC, Latterza AR, Cruz ATR. Pirâmide alimentar adaptada: guia para escolha dos alimentos. Rev Nutr. 1999; 12(1):65-80.
  8. Institute of Medicine, Food and Nutrition Board. Dietary reference intakes for vitamin C, vitamin E, selenium, and carotenoids. Washington (DC): National Academy Press; 2000.
  9. Institute of Medicine, Food and Nutrition Board. Dietary reference intakes for vitamin A, vitamin K, arsenic, boron, chromium, copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium, and zinc. Washington (DC): National Academy Press; 2001.
  10. Institute of Medicine, Food and Nutrition Board. Dietary Reference Intakes for Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty Acids, Cholesterol, Protein, and Amino Acids (Macronutrients). Washington (DC): National Academy Press; 2005.
  11. Institute of Medicine, Food and Nutrition Board. Dietary reference intakes for calcium and vitamin D. Washington (DC): National Academy Press; 2010.
  12. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC no 269, de 22 de setembro de 2005. Regulamento técnico sobre a ingestão diária recomendada (IDR) de proteína, vitaminas e minerais. Brasília: 2005. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1884970047457811857dd53fbc4c6735/RDC_269_2005.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 13 nov. 2015.
  13. Kerver JM, Yang EJ, Obayashi S, Bianchi L, Song WO. Meal and snack patterns are associated with dietary intake of energy and nutrients in US adults. J Am Diet Assoc. 2006;106(1):46-53.
  14. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Manual do lanche saudável. Departamento Científico de Nutrologia. São Paulo: SBP; 2012. Disponível em: <http://www.sbp.com.br/pdfs/Manual_Lanche_saudavel_04_08_2012.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2015.
  15. Vitolo MR. Nutrição: da gestação ao envelhecimento, 2. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2015. 568 p.
  16. Campos JADB; Zuanon ACC. Merenda escolar e promoção de saúde. Cienc Odontol Bras. 2004; 7(3):67-71.
  17. Lake AA, Rugg-Gunn AJ, Hyland RM, Wood CE, Mathers JC, Adamson AJ. Longitudinal dietary change from adolescence to adulthood: perceptions, attributions and evidence. Appetite. 2004; 42(3):255-263.
  18. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Fundo Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Resolução no 32, de 10 de agosto de 2006. Estabelece as normas para a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Brasília: 2006. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/>. Acesso em: 13 nov. 2015.
  19. Pearson N, Biddle SJ, Gorely T. Family correlates of fruit and vegetable consumption in children and adolescents: a systematic review. Public Health Nutr. 2009; 12(2):267-283.
  20. Pearson N, Biddle SJ, Gorely T. Family correlates of breakfast consumption among children and adolescents. A systematic review. Appetite. 2009; 52(1):1-7.
  21. Han C, Lawlor A, Kimm SYS. Childhood Obesity – 2010: Progress and Challenges. Lancet. 2010; 375(9727):1737-1748.
  22. American Academy of Pediatrics, Committee on Bioethics. Informed consent, parental permission, and assent in pediatric practice. Pediatrics. 1995; 95:314-317.
  23. Fisberg M, Del’ Arco AP, Previdelli A, Tosatti A, Nogueira-de-Almeida CA. Between Meals Snacks and food habits in Pre School brazilian children: national representative sample survey. Intl J of Nutrology. 2015; 8(4):52-71.
  24. World Health Organization (WHO). Ingestão de açúcares por adultos e crianças. Geneva: WHO; 2015. Disponível em: <http://www.paho.org/bra/images/stories/GCC/ingestao%20de%20acucares%20por%20adultos%20e%20criancas_portugues.pdf?ua=1>. Acesso em: 13 nov. 2015.
  25. Pedroni JL, Rech RR, Halpern R. Marin S, Roth LR, Sirtoli M, Cavalli A. Prevalência de obesidade abdominal e excesso de gordura em escolares de uma cidade serrana no sul do Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2013; 18(5):1417-1425.
  26. Prado, BG. Qualidade das dietas de escolares do Município de São Paulo. 2014. 117 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade de São Paulo. São Paulo. 2014.
  27. Sebastian RS, Cleveland LE, Goldman JD. Effect of snacking frequency on adolescents’ dietary intakes and meeting national recommendations. J Adolesc Health. 2007; 42(5): 503-511.
  28. Hess J, Slavin J. Snacking for a cause: nutritional insufficiencies and excesses of U.S. children, a critical review of food consumption patterns and macronutrient and micronutrient intake of U.S. children. Nutrients. 2014; 6(11):4750-9.
  29. Greer FR, Krebs NF. Optimizing bone health and calcium intakes of infants, children, and adolescents. Pedriatrics. 2006; 117(2):578-585.
  30. Brasil – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2008_2009_aquisicao/pof20082009_aquisicao.pdf>. Acesso em 20 jul. 2015.
  31. Paiva-Bandeira GT, Rios-Asciutti LS, Riveira AA, Rodrigues-Gonçalves C, Pordeus-de-Lima RC, Marinho-Albuquerque T, et al. The relationship between income and children’s habitual consumption of ß-carotene, vitamin C and vitamin E in food. Rev Salud Publica. 2011; 13(3):386–339.
  32. Bueno MB, Fisberg RM, Maximino P, Rodrigues GP, Fisberg M. Nutritional risk among Brazilian children 2 to 6 years old: a multicentric study. Nutr. 2013; 29(2):405-410.
  33. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.
  34. Brasil. Ministério da Saúde. Plano Nacional de Saúde - PNS: 2012-2015. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.

How to Cite

Fisberg, M., Previdelli, A. N., Del’Arco, A. P. W. T., Tosatti, A., & Nogueira-de-Almeida, C. A. (2022). Hábito alimentar nos lanches intermediários de crianças escolares brasileiras de 7 a 11 anos: estudo em amostra nacional representativa. International Journal of Nutrology, 9(4), 225–236. https://doi.org/10.1055/s-0040-1705637